Variação do dólar: a influência das eleições no mercado e comércio exterior
As incertezas em relação ao futuro do cenário político-econômico no país têm provocado a variação do dólar e muita especulação, que interferem nas negociações com o mercado internacional.
Especulação, variação do dólar, contas em crise, crescimento muito abaixo da média mundial. Com a economia brasileira em baixa, os próximos quatro anos serão desafiadores para a nova equipe econômica que irá assumir o país.
Neste segundo turno das eleições presidenciais, há dois tipos de planos de governo para tentar recuperar o Brasil, que de forma geral são bem distintos – um liberal e outro mais conservador. O mercado reage a estas diferenças e as dúvidas que elas provocam.
O dólar chegou a valer em alguns momentos R$ 4,20, valorizando 26,61% no acumulado do ano, assim como os juros no mercado futuro, que também tiveram alta e são um termômetro do mercado para medir a confiança dos investidores. Segundo economistas, até a definição do novo ocupante da cadeira presidencial e quais serão suas ações de política econômica, as oscilações do câmbio (variação do dólar) e o mercado de ações seguem com volatilidade e com um forte componente especulativo.
A interferência da variação do dólar para importação e exportação
Para empresas que atuam com comércio exterior a instabilidade política também é negativa, mas os impactos da variação do dólar são sentidos de forma diferente entre importadores e exportadores.
Por um lado, a valorização da moeda americana em relação ao real de forma geral favorece as exportações brasileiras, já que quando uma empresa vende um produto ao mercado externo, o pagamento é em moeda estrangeira, que posteriormente será convertido em real. Além disso, há a possibilidade de oferecer aos compradores internacionais mercadorias a preços mais competitivos em função do maior lucro obtido com a conversão.
Já os importadores são afetados negativamente com a variação do dólar. Para quem compra de outros países, quanto maior estiver o valor do dólar, mais cara se tornará a importação de máquinas, produtos e insumos e, por consequência, os preços serão repassados aos consumidores.
No entanto, dentro do contexto do comércio exterior, independente de ser exportação ou importação, é preciso considerar outros fatores que também são impactados pela variação do dólar: o custo do frete, seguro internacional, impostos, taxas e tarifas que também são cobradas nessa moeda, tanto para quem importa, quanto para quem exporta. Então isto significa dizer que um aumento do câmbio acaba refletindo em toda a cadeia.
O indicado em momentos como este é prevenir ou limitar o risco futuro, preservando a rentabilidade projetada das operações. Para isso, pode-se lançar mão do hedge cambial, que é uma prática que já vem sendo bastante procurada por importadores e exportadores.
Por meio do hedge, os empresários conseguem fixar a taxa de câmbio para o pagamento de uma obrigação futura (quanto menor a taxa em relação à moeda nacional, melhor), evitando o aumento significativo no custo de um insumo, matéria-prima ou equipamento adquirido no exterior, ou mesmo para os demais pagamentos provenientes das operações de importação ou exportação. Para saber mais sobre as operações de hedge, consulte seu corretor ou banco de confiança.
Outra maneira é se antecipar ainda mais e ter um bom planejamento para poder minimizar os impactos das oscilações nos valores das moedas e das taxas de compra e venda dos produtos. Para isso é preciso contar com o apoio de especialistas em comércio exterior, que poderão melhor prever quais serão os custos reais no momento das transações financeiras.
O que dizem os especialistas sobre o momento atual e o futuro da economia
As projeções dos especialistas apontam ainda que o mercado dá preferência a um presidente com viés mais reformista. Uma simulação mostra que se este cenário se confirmar, a inflação deve encerrar o ano que vem em 4,1%, a taxa básica de juros fica em 8% e o Produto Interno Bruto (PIB) sobe 3,2%. No caso de um cenário oposto ao desejado, a inflação subiria 7,9%, os juros iriam a 11,5% e o PIB avançaria 1,3%.
Já para a taxa de câmbio, segundo a previsão de analistas de instituições financeiras é que sejam possíveis novas mínimas nos próximos meses e que o dólar se limite a uma baixa de até R$ 3,50, porém moeda deve enfrentar resistências entre R$ 3,66 e R$ 3,62.
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