ENAEX 2019 traz os desafios para um comércio exterior competitivo
O Encontro Nacional de Comércio Exterior (ENAEX) 2019, realizado nesta semana no Rio de Janeiro (RJ), trouxe especialistas e autoridades de diversos setores da cadeia produtiva relacionada ao comércio exterior. Eles falaram sobre os desafios para elevar a produtividade, aumentar a competitividade dos produtos nacionais nos mercados internacionais, além das perspectivas para o comércio exterior.
As diretoras da Interseas, Csele e Sheine L. Braga, estiveram entre os participantes desta 38ª edição do ENAEX para acompanhar as transformações e melhorias implantadas para a expansão competitiva e sustentável do comércio exterior brasileiro.
Cenário otimista para Paulo Guedes
O destaque do evento foi a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, que falou aos presentes com um tom de otimismo. Para ele, “as coisas estão indo bem e o Brasil está andando na direção correta e de forma energizada”, considerando o cenário vivido no país há quase 40 anos. Há a certeza da necessidade de abertura da economia e reindustrialização brasileira, simplificando impostos e custos de logística. Para Guedes, “o Brasil está acelerando em um mundo que está desacelerado e se abrindo em um mundo que está se fechando. Vamos nos integrar às cadeias globais de comércio”, disse. “Somos a 8ª economia do mundo e ocupamos o 109º lugar no ranking de facilidade para fazer negócios”, completou. Em resumo, o ministro fez seu pronunciamento abordando os entraves para um comércio exterior brasileiro mais competitivo.
Desafios do comércio exterior brasileiro
Tendo como tema central “Produtividade e Competitividade abrindo mercados externos”, o ENAEX mostrou a necessidade de alinhamento entre as entidades para que o Brasil tenha maior competitividade no exterior, além de um diálogo entre setor privado e governo em prol do crescimento. Atualmente, o maior entrave interno para perda de competitividade na exportação é o Custo Brasil, que envolve custos com infraestrutura, logística, trabalhistas, burocráticos, entre outros.
Um dos principais desafios apresentados no ENAEX é melhorar a balança comercial dos produtos manufaturados, pois a exportação, em 2019, está fechando em US$ 76 bilhões e importação de US$ 154 bilhões, gerando um saldo negativo de US$ 78 bilhões. No ranking mundial de exportação, em 2018, o Brasil apareceu em 27º, com uma participação de 1,23% do volume de exportações mundiais. Em 1980, esse volume era de 0,99%. Para se ter uma ideia, a China, que é a líder desse ranking, tinha representação de 0,88% em 1980, e hoje soma 12,77% do volume de exportações no mundo.
Apesar deste cenário, o Brasil é um sucesso na exportação de mercadorias geradas pelo agronegócio, que correspondem a 40% das exportações, colocando o país na 3ª posição do ranking dos exportadores agrícolas mundiais. Isso se deve a muito trabalho, tecnologia disponível e mão de obra no setor, além da Lei Kandir – que é uma preocupação caso seja extinta pela reforma tributária. Porém, existe a necessidade de ter uma estratégia e ser mais pró-ativo, visto que o mercado está cada vez mais exigente, buscando produtos mais sustentáveis. Uma das alternativas é exportar produtos da nossa biodiversidade.
Retomada do crescimento
Uma das perspectivas apontadas no ENAEX é de que 2021 será o ano da virada para o comércio exterior brasileiro. Com as reformas Trabalhista e Previdenciária em curso, e a indicação das reformas Tributária e Administrativa, o Brasil deve voltar a ser o país alegre e próspero que pode ser. Até o momento, existem pelo menos cinco propostas em debate para reorganizar e simplificar o sistema tributário brasileiro, tendo em comum a simplificação da cobrança, mas mantendo a carga tributária, trazendo competitividade no mercado interno e externo.
Outros fatores que devem impulsionar as exportações brasileiras são novos investimentos em infraestrutura, implementação de acordo de facilitação do comércio, negociação e implementação de acordo comerciais, a implantação do Portal Único, a abertura e conquista de novos mercados externos e a implementação do Mecanismo Reintegra entre 3% e 5%. Atualmente, os principais destinos dos produtos brasileiros são os EUA (que absorvem US$ 18,9 bilhões), Aladi (US$ 13,3 bilhões) Mercosul (US$ 12,5 bilhões) e União Europeia (US$ 12,2 bilhões).
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