Quais os impactos do coronavírus no comércio exterior?
Principal parceira comercial brasileira, a China tem sido foco de notícias alarmantes nos últimos dias. Ainda que especialistas afirmem ser cedo para estabelecer cenários sobre o impacto do coronavírus no comércio exterior, a situação é preocupante e já fez bolsas de valores do mundo todo caírem. Em 2019, as exportações para a China chegaram a US$ 62,9 bilhões.
Para evitar a circulação de pessoas, a paralisação das atividades de indústrias e a prorrogação do feriado do Ano Novo Chinês para até 2 de fevereiro devem afetar a economia global no curto prazo – algumas províncias prolongaram o feriado até o dia 10. A demora no retorno às atividades pode desacelerar a retomada da economia chinesa, e por consequência, retardar o crescimento da economia brasileira.
Segundo a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), pode haver uma grande queda no volume de exportações, além dos 3,5% previstos antes do surto da doença. Como a China é o maior importador dos produtos brasileiros, os mais afetados devem ser os setores agrícola e de metais. Em relação à exportação de carnes, há bastante especulação contraditória: alguns preveem que o cenário pode pode causar menor demanda, já outros afirmam que o consumo de carne processada pode aumentar, favorecendo as exportações brasileiras
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o coronavírus é emergência global. O vírus tem se proliferado antes de surgirem os sintomas, dificultando o combate e isolamento das pessoas infectadas. Porém, em comparação a outros vírus do mesmo tipo, o novo coronavírus tem letalidade de cerca de 3%, enquanto o Sars levou a óbito 10% dos infectados e o Mers a 35%.
A incerteza da situação e o bombardeio de informações deixam o comércio exterior em estado de alerta. Por conta de novos casos que até o momento já surgiram em 18 países sendo noticiados a cada hora, diversas companhias aéreas, como Lufthansa, British Airways, Delta, Swiss, America Airlines e United suspenderam voos para a China. Os aeroportos que recebem pessoas vindas de lá estão distribuindo máscaras para barrar o avanço da doença. Algumas indústrias, inclusive brasileiras, já suspenderam embarques de mercadorias e matérias-primas. O cenário pode causar acúmulo de cargas quando a proliferação do vírus for controlada e as atividades voltarem ao ritmo habitual.
A Interseas segue acompanhando o assunto e monitorando o embarque e desembarque de cargas dos clientes que mantêm relações comerciais com a China. Acompanhe as atualizações do nosso blog pelo Facebook e LinkedIn para saber mais sobre comércio exterior.